Encontrando diáconos fiéis

Encontrando diáconos fiéis

Uma igreja sem líderes piedosos, é uma igreja em perigo. E uma igreja que não treina outros líderes é uma igreja infiel. Deus nos dá líderes nas igrejas, para o seu amadurecimento, unidade e solidez em cada congregação local. Sem a existência de uma liderança piedosa, fiel e que se multiplica, a igreja sofrerá profundamente.

O apóstolo Paulo reconhecia quão importante é esta liderança. Em sua segunda epístola a Timóteo, o apóstolo escreve ao seu filho na fé diversas instruções e exortações finais, incluindo esta de encontrar bons líderes. Timóteo cresceu sob a instrução espiritual de sua avó Loide e de sua mãe Eunice (2Timóteo 2.2,5). Ele viajou, serviu e aprendeu ao lado de Paulo. Agora, já perto do fim de sua vida, instruindo “à sombra do cadafalso”1 , Paulo escreve com profunda ternura, praticamente em todos os versículos. Entre as muitas jóias nessa carta, uma delas é sua maneira de encarregar Timóteo a encontrar “homens fiéis.”

Os ensinos do apóstolo precisam, necessariamente, serem passados de mãos fiéis para outras mãos fiéis. E isso quer dizer que o pastor deve estar capacitado para encontrar homens capacitados e treiná-los. Se um homem não se encontra habilitado para discipular a outros, parecerá bastante estranho que ele tenha sido chamado para o ofício pastoral.

Uma das importantes orientações que Paulo deu a Timóteo, diz respeito ao ofício do diaconato.

Encontrar diáconos fiéis não é uma tarefa simples, e, portanto, deve ser feita com muita diligência.

Os diáconos são aqueles que se entregam ao serviço de cuidar das necessidades do corpo local. Nestas últimas duas ou três décadas, mais e mais igrejas estão adotando o modelo bíblico de uma multiplicidade de pastores, ou presbíteros, o que significa que a posição oficial dos diáconos tem sido redefinida ou negligenciada. Os diáconos, porém, são uma parte indispensável no serviço do corpo de Cristo e na multiplicação do ministério da igreja.

Vemos isso, claramente, em Atos 6, onde os apóstolos encarregaram a igreja em Jerusalém, de procurar diversos homens cheios do Espírito e de sabedoria. A palavra diácono não é encontrada nesta passagem mas, entretanto, parece apontar nessa direção.

A oportunidade: Em Atos 6.1 lemos que o número dos discípulos estava se multiplicando. Eram dias de prosperidade espiritual na conversão de muitas almas e de sua consequente matrícula na escola de Cristo. A Palavra de Deus avançava e produzia frutos.

O conflito: Na igreja, porém, os gregos, ou melhor, os judeus helenistas, levantaram uma reclamação contra os hebreus, ou seja, os judeus que falavam hebraico. Aqueles não criam que a alimentação estava sendo distribuída equitativamente entre as viúvas. E não parecia que esta distribuição desigual estivesse ocorrendo de forma aleatória. Parecia que as viúvas estavam sendo atendidas de forma diferenciada, porque umas eram gregas e as outras, judias. A discrepância parecia ser um caso de racismo étnico ou cultural, e essa situação ameaçava a unidade da igreja e o bem estar físico de alguns membros.

A solução: então, os apóstolos deliberaram duas coisas. Primeiro, determinaram priorizar o seu próprio ministério da Palavra e da oração, acima do cuidado físico das pessoas necessitadas. Segundo, decidiram instruir a igreja a escolher sete homens para “servir as mesas” – diáconos (v.2). Assim procedendo, os apóstolos fizeram provisões para ambos os ministérios: da Palavra e do cuidado às viúvas.

Existem tensões culturais e ameaças à unidade da igreja? Desejamos ver uma maior e mais diversificada integração da igreja na vida dos crentes? Pois a posição diaconal foi estabelecida justamente para promover uma harmonia que cruze as barreiras culturais e as diferenças de idiomas.

A igreja está sendo ameaçada de uma ruptura em seu seio? Os diáconos eram como os “amortecedores” da igreja, em seu princípio. Eles absorviam as reclamações e as preocupações, resolvendo-as piedosamente e, assim, promoviam a unidade e o testemunho dos santos.

Quando Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau foram comissionados para o diaconato, “crescia a Palavra de Deus e, em Jerusalém, multiplicava-se o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (Atos 6.7). Quem dentre nós não deseja ver a Palavra de Deus espalhando-se, o número dos discípulos crescendo rapidamente, um grande número de pessoas obedecendo à fé? Um ministério diaconal assim efetivo, facilitou na igreja primitiva, visto que liberou os “diáconos da Palavra” – os apóstolos – para levarem a cabo o seu trabalho. Com esta esperança em mente, eu oro para que o Senhor nos guie em nossa consideração de diáconos e de como encontrá-los em nosso meio.

O Diácono deve ser cheio do Espírito:

Não podemos jamais subestimar a importância de termos pessoas cheias do Espírito para servir no ofício diaconal. Se os próprios apóstolos – homens com excepcional vocação e dons – viram a importância crucial de se ter cristãos assim, cheios do Espírito, para servir nesse cargo, quanto mais necessitaremos nós da companhia de tais associados no evangelho? Aprendendo a identificar e a orar por homens tais como esses, nossas congregações locais se fortalecerão.

O Diácono deve ser Sincero:

Que vantagem terá uma igreja onde os seus servos não são capazes de falar as coisas com verdade e cumprir as suas palavras? As igrejas se tornam lugares perigosos, quando seus líderes falham em serem honestos, transparentes e confiáveis. Sinceridade poderá não ser a base final da verdade, porém, não poderá haver verdade profunda comunicada, onde a sinceridade esteja em falta.

O Diácono deve manter a Fé:

Em muitas igrejas, os diáconos servem no ministério de ensino. Quando uma pessoa possui esse dom especial para ensinar, tal serviço resulta em benefício. Mas, se o diácono lidera uma classe de Escola Dominical ou não, ele continuará professando, vivendo e exemplificando as profundas verdades da fé diante do povo de Deus. Assim, pois, as congregações perceberão ser necessário para a glória de Deus e para a saúde da igreja, encontrar diáconos instruídos pela verdade da Palavra de Deus e pelo evangelho que ela revela.

O Diácono deve ser experiente e irrepreensível:

O Senhor não estabeleceu o ofício de diáconos como algo extra, na igreja local. O ofício não existe como um anexo obsoleto. Ao contrário, os diáconos servem à mesa do Senhor com vistas a facilitar o avanço do evangelho, a saúde do corpo local, e o regozijo dos santos. Os diáconos são indispensáveis à igreja. Com muita razão, Paulo conclui: “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez, na fé em Cristo Jesus” (1Timóteo 3.13).

Que nobre vocação!

Fonte:
Ministerio Fiel
Trecho do livro "Encontrando Presbíteros e Diáconos Fiéis", de Thabiti Anyabwile, lançamento de Agosto de 2016.

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