Que pena!


Havia um deus entre os amalequitas cujo nome era Moloque. Puseram na cabeça dele uma coroa que pesava mais ou menos 35 quilos. A coroa era de ouro e nela havia uma pedra preciosa. Quando o exército de Israel venceu os amalequitas, Davi tirou a pedra preciosa e a colocou em sua própria coroa (1Cr 20.2). Foi uma grande infelicidade, não só por causa da associação da pedra preciosa com a idolatria, mas especialmente porque aquele momento não era o momento certo para Davi aumentar por iniciativa própria a sua glória. Ele estava no pior momento de sua vida, quando se envolveu com uma mulher da alta sociedade, que morava nas proximidades do palácio e que era esposa de um dos generais de seu exército e um dos seus heróis. O escândalo foi de grandes proporções e multiplicador. O adultério levou o rei a tirar a vida de Urias de maneira cínica. Tudo foi feito debaixo dos panos para que ele mantivesse a reputação intacta. Aos dois primeiros pecados juntou-se o gravíssimo pecado da hipocrisia, que Jesus tanto condenava. Em meio a tudo isso, Davi teve a coragem de colocar mais uma pedra preciosa em sua coroa. Que pena!

Esse pouco conhecido lance da história coincide com o comportamento do rei Saul, seu antecessor e sogro. Quando Saul estava em plena decadência e pouco antes de cometer o absurdo de consultar uma cartomante e de perder todo contato com Deus, ele construiu por iniciativa própria um monumento em honra a si mesmo em Carmelo, uma cidade na região montanhosa de Judá (1Sm 15.12). Pouco tempo depois, o rei cometeria suicídio.

Honrar-se a si mesmo já é uma coisa errada e antiética. Quanto mais fazer isso estando em pecado!

Na liturgia do Apocalipse, há uma cena de extraordinária beleza. “Cada vez que os quatro seres vivos [o que parecia um leão, o que parecia um touro, o que parecia um ser humano e o que parecia uma águia] cantavam hinos de glória, honra e agradecimento ao que estava assentado no trono e que vive para sempre, os vinte e quatro líderes caíam de joelhos diante dele e adoravam.” Eles estavam tão extasiados pela glória de Jesus que, além dos joelhos dobrados e da adoração, eles “atiravam as suas coroas diante do trono e diziam: Senhor nosso e Deus nosso! Tu és digno de receber glória, honra e poder, pois criaste todas as coisas; por tua vontade elas foram criadas e existem” (Ap 4.9-11).

Entre colocar mais uma pedra preciosa em nossas próprias coroas e lançá-las diante do trono onde o Cordeiro de Deus está assentado, a diferença é enorme!

Fonte: Ultimato

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