Fundamentos da mansidão cristã




Por Rodolfo Garcia Montosa em Instituto Jetro

... aprendei de mim, porque sou manso ... de coração; e achareis descanso para a vossa alma... (Mateus 11.28-30).

Quando sofremos aflições, passamos por perdas relevantes, falhamos em alguma de nossas iniciativas, "quebramos a cara" em algum de nossos empreendimentos, somos atacados por pessoas, surpreendidos por fatalidades, corremos o risco de sermos invadidos por sentimentos e pensamentos de derrota e desânimo. Nossa alma pode se tornar refém da ansiedade e ficar muito agitada. Neste contexto, precisamos da virtude da mansidão de Jesus que nos livra em tempos de adversidade. Ela é necessária para esperar o agir de Deus, para não nos deixar dominar pelo medo, para blindar o coração contra as angústias que nos invadem nos tempos de tempestades. Algumas adversidades vivenciadas por Jesus nos ensinam os fundamentos de sua mansidão.

Logo depois de seu batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto e, lá, foi tentado diretamente por Satanás. O ataque do inimigo foi frontal, intenso e diretamente focado na provocação: Se és Filho de Deus (Mt 4.3, 6). O inimigo queria desestabilizar nosso Mestre atacando agressivamente a convicção de sua identidade. O cara-de-pau fez isso logo após a afirmação do próprio Deus quando disse, durante o batismo, Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo (Mt 3.17). Todos ouviram aquele som celestial. Aliás, deve ter sido uma experiência tremenda. Foi uma declaração pública que não deixava dúvidas a respeito da filiação. Ela gera estabilidade, produz conforto, traz segurança e promove tranquilidade. Portanto, o primeiro fundamento da mansidão de Jesus foi sua convicção de ser Filho de Deus. E você, é filho de Deus?

Em outra ocasião, Jesus estava no barco com seus discípulos, quando foram acometidos por uma séria e intensa tempestade. Os discípulos entraram em pânico. Jesus, homem manso, estava dormindo tranquilamente. Foi acordado de seu merecido sono. Levantou-se, repreendeu os ventos e o mar. Tudo se acalmou. Voltou-se a seus discípulos e, severamente, os repreendeu, dizendo: Por que sois tão tímidos? Como é que não tendes fé? (Mc 4.40). Em outras palavras, não tiveram confiança de que todas as coisas e situações, nos céus e na terra, estão debaixo da vontade e poder de Deus. Portanto, o segundo fundamento da mansidão de Jesus foi sua convicção da soberania de Deus. E você, confia no Senhor?

A última grande e cruel adversidade que Jesus enfrentou foi a cruz no Calvário. Sua experiência no Getsêmani indica o tamanho da batalha que enfrentou. Clamou intensamente. Suou sangue. Pediu para que seu cálice fosse afastado. No fundo sabia que isso jamais poderia acontecer. Estava sobre seus ombros o peso da salvação de toda a humanidade. Após recompor-se, seguiu em silêncio todo o caminho da acusação, julgamento, sentença até a morte. Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca (At 8.32). Não estava mudo por medo, mas por causa de sua mansidão. Sabia que era lá o seu lugar. O terceiro fundamento da mansidão de Jesus foi sua convicção de seu propósito em Deus. E você, qual a sua missão aqui?

Quando algum destes três fundamentos nos falta, perdemos a mansidão e nos tornamos reféns das adversidades. Assim como Cristo, devemos aprofundar as raízes na verdade de que somos filhos de Deus, lembrar-nos sempre a respeito da grandeza e poder do Senhor em todas as circunstâncias, e nos submetermos aos propósitos do Pai para nossa vida aqui na terra. Se um destes três fundamentos não estiver presente em nossa vida, corremos o risco de agitação e perturbação quando as adversidades vierem. A saída é aprender de Cristo para encontrar descanso completo e verdadeiro para nossa alma.

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